Dois poemas desconexos de um eu lírico comum
(Anônimo)
1
Talvez eu sinta tudo
sempre em demasia,
mas tudo bem.
Não preciso me desculpar
por ter um coração que existe tão excessivamente.
2
Eu chego em casa
Sozinho
Depois de mais um dia na faculdade
E janto um pacote de miojo.
Eu alongo meu pescoço
E ele estala, depois de tanto olhar para baixo.
Eu pondero entre mais horas de leitura
Do que eu já passo tanto tempo estudando
E um episódio de uma série qualquer.
Tem dias que eu suspiro e penso
Que não era assim que eu imaginava que seria minha vida aos vinte e poucos anos
Mas tem outros em que eu sorrio
Sabendo que podia ser muito pior.